A religião contemporânea responde aos atuais questionamentos das pessoas? O cristianismo dos dias de hoje oferece respostas razoáveis? A igreja cristã, em especial a evangélica, tem respostas relevantes para a vida das pessoas?
Faço esses questionamentos porque tenho a impressão de que a igreja tem sim várias respostas e, pretensamente, para quase tudo, mas temo que tais respostas não se encaixem nas perguntas que as pessoas estão fazendo no mundo de hoje. O mundo mudou e as inquietações também. O mundo continua inquieto, as pessoas continuam querendo obter respostas, mas é preciso tentar discernir quais são essas inquietações.
Corre-se o risco de a religião e a igreja ficarem desconectadas da vida, totalmente irrelevantes para o cotidiano das pessoas, sem nenhum impacto positivo no mundo. Um discurso vazio de significado, distante mesmo das mais profundas necessidades humanas. Algo que já não causa mais nenhum estranhamento ou encantamento, nenhum conforto ou desconforto existencial.
A mensagem apresentada por Jesus não passava despercebida por ninguém que a ouvia, porque a quem ela não encantava, ela escandalizava. Trazia conforto para os marginalizados e excluídos, mas também desconforto para todos, porque os fustigava a romper antigos paradigmas e ter uma nova visão do mundo e da vida. Jesus desvelou a hipocrisia dos donos da religião de sua época e denunciou sua irrelevância. Pior, além de irrelevante, Jesus ainda mostra que em vez de produzir vida, a religião estava encalacrada em processos de morte, em vez de libertar as pessoas, estava submetendo-as a um horroroso tipo de escravidão em nome de Deus.
Então fico muito preocupado que isso esteja se reproduzindo na atualidade, bem diante de nossos olhos. Instituições e discursos religiosos que em vez de produzir vida, anula a vida das pessoas, uma vez que proíbe qualquer possibilidade de prazer e contentamento. Em vez de libertar, aprisiona, agrilhoa com ameaças, medo, pavor do castigo da divindade. Proíbe-se até mesmo de pensar. Só se pode reproduzir o pensamento do clero ou dos líderes, mas não se pode pensar livremente.
Será esse o papel da religião? Será essa a boa notícia anunciado por Cristo? Acredito que não. A mensagem evangélica, genuinamente cristã, deve produzir vida, liberdade, e é essencialmente uma mensagem de amor. Qualquer religiosidade que não seja promotora de vida, justiça, amor e liberdade não pode ser considerada cristã e deve ser repensada e reformulada.
Que tenhamos a sensibilidade de ouvir mais o mundo, reformular nossa teologia a partir da proposta de Cristo e, de maneira conectada com a vida, oferecer não respostas definitivas e verdades absolutas, mas pistas para uma vida com significado relevante, para uma caminhada bonita de promoção de justiça, liberdade, solidariedade e amor. Assim nos ajude Deus.
Marcio Rosa
Faço esses questionamentos porque tenho a impressão de que a igreja tem sim várias respostas e, pretensamente, para quase tudo, mas temo que tais respostas não se encaixem nas perguntas que as pessoas estão fazendo no mundo de hoje. O mundo mudou e as inquietações também. O mundo continua inquieto, as pessoas continuam querendo obter respostas, mas é preciso tentar discernir quais são essas inquietações.
Corre-se o risco de a religião e a igreja ficarem desconectadas da vida, totalmente irrelevantes para o cotidiano das pessoas, sem nenhum impacto positivo no mundo. Um discurso vazio de significado, distante mesmo das mais profundas necessidades humanas. Algo que já não causa mais nenhum estranhamento ou encantamento, nenhum conforto ou desconforto existencial.
A mensagem apresentada por Jesus não passava despercebida por ninguém que a ouvia, porque a quem ela não encantava, ela escandalizava. Trazia conforto para os marginalizados e excluídos, mas também desconforto para todos, porque os fustigava a romper antigos paradigmas e ter uma nova visão do mundo e da vida. Jesus desvelou a hipocrisia dos donos da religião de sua época e denunciou sua irrelevância. Pior, além de irrelevante, Jesus ainda mostra que em vez de produzir vida, a religião estava encalacrada em processos de morte, em vez de libertar as pessoas, estava submetendo-as a um horroroso tipo de escravidão em nome de Deus.
Então fico muito preocupado que isso esteja se reproduzindo na atualidade, bem diante de nossos olhos. Instituições e discursos religiosos que em vez de produzir vida, anula a vida das pessoas, uma vez que proíbe qualquer possibilidade de prazer e contentamento. Em vez de libertar, aprisiona, agrilhoa com ameaças, medo, pavor do castigo da divindade. Proíbe-se até mesmo de pensar. Só se pode reproduzir o pensamento do clero ou dos líderes, mas não se pode pensar livremente.
Será esse o papel da religião? Será essa a boa notícia anunciado por Cristo? Acredito que não. A mensagem evangélica, genuinamente cristã, deve produzir vida, liberdade, e é essencialmente uma mensagem de amor. Qualquer religiosidade que não seja promotora de vida, justiça, amor e liberdade não pode ser considerada cristã e deve ser repensada e reformulada.
Que tenhamos a sensibilidade de ouvir mais o mundo, reformular nossa teologia a partir da proposta de Cristo e, de maneira conectada com a vida, oferecer não respostas definitivas e verdades absolutas, mas pistas para uma vida com significado relevante, para uma caminhada bonita de promoção de justiça, liberdade, solidariedade e amor. Assim nos ajude Deus.
Marcio Rosa
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