“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade; porque o Pai procura a tais que assim o adorem.” (JO 4:23)
Adoração é expressão de quem vive a missão. Só Adora quem faz e compreende a Missão. Só quem vive a missão de ser representante de Deus nesse mundo, quem O louva. Missão é ação de quem adora. Adoração é expressão daquele que entende o chamado de Deus.
Louvar não é cantar. Louvar não é ajoelhar. Louvar não é levantar as mãos. Louvar não pode ser definido por um gesto, louvar não pode ser comparado a um ritual. Posso cantar e não louvar. Posso pular, berrar, gemer, espernear, sapatear, uivar, tocar, ajoelhar, correr, gritar e até chorar e mesmo assim não estar adorando.
Alguns pensam que Deus está preocupado com a pompa ou com o que chamamos de “formas para agradar ao Senhor”. Esquecemos que não por causa de nós mesmos que alcançamos a Deus, mas por causa de sua maravilhosa graça nós temos acesso a Sua Presença. João está certo em dizer que não é por mérito: “Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.”(JO 1:13).
Posso ser do coral ou do grupo de louvor da igreja, cantor evangélico, pastor, e mesmo assim estar longe de louvar a Deus. Podemos levantar as mãos, multiplicar minhas orações e apenas farei Deus esconder os Seus olhos com atos que causam náuseas por conta de minha religiosidade hipócrita, que é incapaz de se solidarizar com os oprimidos ( Pelo que, quando estendeis as mãos, escondo de vós os olhos; sim, quando multiplicais as vossas orações, não as ouço, porque as vossas mãos estão cheias de sangue – Isaías 1:15). Adoração deve nos levar a promover os valores do Reino De Deus, como justiça, paz e amor no mundo, senão nossos encontros e festas religiosas não apenas serão estéreis, mas também causaram nojo ao Senhor.
Louvar não é entrar em transe, repetir palavras mágicas, usar um meio ou fórmula mirabolante. Não é sentir frio na espinha ou buscar uma mera emoção que nos faz “flutuar”. Não é ir a simplesmente a igreja ou qualquer outra geografia delimitada pela religião, pois o templo próprio para a adoração está no infinito que mora em nós, e Deus pode e deve ser adorado onde estivermos.
Não louvo ao Senhor por que quero agradá-lo para depois Ele me dar um carro ou um emprego bacana, como é tão comum se ver hoje em certos grupos ditos cristãos. Não louvo a Deus por que “se eu não louvar eu não vou ter uma mansão no Céu”. Não o louvo por que eu tenho medo que ele me jogue dentro de um caldeirão fervente cheio de demônios que fariam arrepiar o maior de todos os lutadores de boxe. Momentos de louvor não podem ser transformados em comércio barato onde eu faço algo para convencer Deus de ficar do meu lado, achando que Deus é algum “gênio da Lâmpada” que tem que fazer todos os meus caprichos.
Louvar não é comprar cd’s de música gospel e colocar no volume mais alto no som de nossas casas. Louvar não é ir para a apresentação de nenhum “astro gospel”. Aliás, não é nada louvável alimentar essa indústria que usa o nome de Deus para ganhar dinheiro, onde muitos se comportam mais como vendilhões do templo no qual Jesus expulsou com chibatadas.
O que é um verdadeiro Adorador? Adorador é aquele cuja vida é culto. Tudo que ele faz aponta para Glória do Senhor. Aliás, culto não termina quando acabam nossas reuniões, pois Deus não é somente Deus no templo, mas também no trabalho, em casa, na rua. Portanto, tudo que fazemos deve ser para honra Dele. Lutero afirma que “é tão santo ordenar o culto quanto ordenhar uma vaca”. Aquele que de fato entende o sentido de ser adorador, sabe bem que onde ele vai ou onde estiver, ele pode louvar, não depende de templos. Quem depende de templos são religiosos. Adoradores são Templos de Deus. Adoradores não precisam de palavras(religiosos sim), porque manifestam sua devoção com atitudes de amor, misericórdia e obediência.
Caio Marçal é Missionário e secretário de Moblização da Rede FALE
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Texto postado originalmente em Missão Total's
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