Não é fácil distinguir entre fazer aquilo para o qual fomos chamados e fazer aquilo que desejamos. Nossos muitos desejos podem facilmente desviar-nos do curso da nossa ação verdadeiramente necessária. A verdadeira ação leva-nos ao cumprimento de nossa vocação. Trabalhando em um escritório, viajando pelo mundo, escrevendo livros ou fazendo filmes, cuidando dos pobres, liderando pessoas ou cumprindo tarefas comuns, a pergunta não deve ser: "Qual é o meu maior desejo"?, mas sim: "Qual é a minha vocação?".
A posição de maior prestígio na sociedade pode ser uma expressão de obediência ao nosso chamado, ou de sua negação, uma recusa ao verdadeiro dever. E a posição de menor prestígio pode ser a resposta ao nosso chamado, ou uma forma de evitá-lo...
Quando estamos submetidos à vontade de Deus e não à nossa própria vontade, descobrimos que grande parte do que fazemos não precisa ser feito por nós. O que fomos chamados a fazer nos traz alegria e paz...
Ações que levam ao excesso de trabalho - à exaustão e à destruição - não podem louvar e glorificar a Deus. Aquilo para o que Deus nos chama, não só pode ser feito, como tratá satisfação. Ouvindo em silêncio a voz de Deus, e falando com nossos amigos, podemos saber, com confiança, o que fomos chamados a fazer; e o faremos com um coração agradecido.
"Meditações com Henri J.M Nouwen", Editorial Habacuc (2003, Rio de Janeiro).
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