Há algumas semanas estava navegando pela net e uma entrevista me saltou aos olhos, seu título era: “Não ligo se gostam da música, quero que gostem de mim”. Essa frase foi dita por um cara bem famoso da nossa história recente, o músico mineiro Rogério Flausino da Banda Jota Quest.
Não tenho o hábito de ficar pensando muito no que leio em sites de notícia, afinal, toda hora que olho surge uma tonelada de novas informações, mas... essa entrevista me deixou pensativo, pois há muito tempo não lia algo tão simples e significativo pra falar de nosso próprio tempo! Não sei se o Flausino parou pra pensar nisso, mas acredito que boa parte do sucesso de sua banda tem a ver com essa pequena frase.
Deixa eu me explicar melhor. Tem algum tempo que tenho tentado entender minha geração, em como ser relevante para ela, como fazer algo significativo e, sei lá, como conseguir passar uma mensagem pra quem está perto de mim! Estudando a história de nosso pensamento ocidental percebi um negócio que muitas vezes tem sido negligenciado por nós, cristãos. E, negligenciar isso, tem nos feito perder muitas oportunidades de transmitir a mensagem do Evangelho.
Durante muito tempo, as coisas que dizem respeito ao mundo religioso estiveram no centro da vida das pessoas; palavras como Deus e Igreja estavam em alta. Nessa época, as lideranças religiosas tinham muito poder pra influenciar a sociedade, moldando suas opiniões sobre o que era verdade e como a vida deveria ser vivida.
Mas aí começaram a vir questionamentos de vários lados, e, aos poucos, as verdades ligadas à fé começaram a ser substituídas por verdades ligadas à ciência. Esse período, conhecido como modernidade, teve seu ápice com o pensador francês Auguste Comte. Ele era um dos defensores de que a ciência levaria a humanidade a um nível mais elevado em todos os aspectos da vida.
Porém, aconteceu algo que não estava no plano dos pensadores da modernidade: a ciência chegou ao lugar de destaque pelo qual eles tanto lutaram. Contudo, as pessoas continuaram a cometer atrocidades. Nos últimos 100 anos, por exemplo, tivemos duas Grandes Guerras, o Holocausto, ameaça de guerra nuclear e diversas outras coisas que não precisam ser lembradas.
Tudo isso gerou, nas últimas décadas, uma sociedade que tem muita dificuldade em acreditar em sistemas que se afirmam como absolutos. E, se eu não acredito 100% nem na fé, nem na ciência, no que vou acreditar?! Esse é o dilema da nossa geração! Nesse contexto, a verdade começou a ser relativizada, pois “cada um tem sua verdade”.
Talvez você esteja se perguntando, mas o que isso tem a ver comigo? Em que saber essas coisas me ajuda na minha vida como cristão ou cristã? Eu te respondo: pode ajudar em muita coisa!
Pois tenho percebido que, de forma geral, as igrejas, os cristãos, têm investido muito tempo em falar sobre o que é a verdade, de como ela se articula etc. Isso é muito bom, mas... acredito que isso não toca no coração da maioria das pessoas de nossa época. Então, o que fazer?!
Pra responder a essa pergunta, recorro ao Evangelho de João 14.6 que diz: “Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim”. Nesse texto, e em muitos outros, vejo um Jesus que ensina aos primeiros discípulos uma fé que está presente na vida, no caminho que eles percorriam pelas poeirentas ruas da Palestina do séc. I.
Jesus está vivo! E Ele nos convida a partilharmos a Verdade que um dia nos alcançou com todas as pessoas que estão ao nosso redor. Vivamos no Caminho de Jesus, que gera a verdadeira Vida! Nossa geração está mais preocupada com nossa vida do que com nossas ideias. Um dia, pessoas seguiram ideias; hoje, pessoas seguem pessoas!
Em Cristo,
BIO: Sou Lucas Andrade Ribeiro, natural de Ipatinga/MG. Formado em Filosofia pela Unicamp e atualmente estudo Teologia na Fateo/Metodista.
* Texto publicado originalmente em http://www.juvemetodista.com.br
* Texto publicado originalmente em http://www.juvemetodista.com.br
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