quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Eu mudo para continuar o mesmo

A palavra mudança incomoda a muitos, principalmente aos líderes de igreja.

Acredito que isso acontece por um erro de conceito na base do pensamento. Os líderes pensam que a igreja, a teologia e principalmente a vida estão em terra firme. Acreditam que essa terra é seca e quando encontram um oásis fixam sua vida toda em torno daquela fonte, construindo casas e cercas para não serem incomodados.

Mas vendo a dinâmica da vida, da sociedade, dos nossos tempos e o amadurecimento que uma pessoa tem com o evangelho, tenho percebido que a vida não está sobre terra firme e sim em um rio agitado.

Aquele que fica parado é levado pela correnteza do sistema, do comodismo e da religiosidade que nos anestesia da vida.

Aquele que experimentou o evangelho nunca mais pode parar de remar, pois sabe que parar é retroceder.

Como diria o filósofo Leonardo Boff: eu mudo para continuar o mesmo.

Mudar não é necessariamente sair do lugar, mudar, muitas vezes, é continuar na mesma fé e convicções. Na correnteza da vida quem não se mexe cai na grande cachoeira.

Percebo que nas igrejas e ministérios, os líderes recusam mudanças, não necessariamente porque estão receosos do que está mudando, mas simplesmente porque acreditam que mudar deve ser um ato raro e de “times que estão perdendo”.

Pensam que a vida está parada em terra firme, mas não. Igrejas e ministérios que não estão pensando e repensando o seu jeito de agir podem estar condenados a serem levados pela correnteza.

Talvez a primeira grande mudança que você pode tentar fazer com a sua igreja e ministério é ensiná-la que mudar é bom, que mudar sempre é preciso. Precisamos estar sempre reformando.

Mudamos para continuar sempre os mesmos!


Marcos Botelho

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