" Ó homem, Ele te declarou o que é bom. Por acaso o SENHOR exige de ti alguma coisa além disso: que pratiques a justiça, ames a misericórdia e andes em humildade com o teu Deus? (Miqueias 6:8)
Esse trecho resume o modo de vida que Deus quer que tenhamos. Andar em humildade com Deus é conhecê-Lo intimamente e estar atento ao que Ele deseja e ama. Além disso, o versículo nos manda praticar a justiça e amar a misericórdia, duas ações que, à primeira vista, parecem coisas diferentes mas não são. O termo hebraico para "misericórdia" é chesedh, graça e compaixão incondicionais de Deus. O termo hebraico par "justiça" é mishpat. Em Miqueias 6:8, "mishpat enfatiza a ação e chesedh a atitude ou o motivo por trás da ação". Para andarmos com Deus, então, temos de fazer justiça, com amor misericordioso.
Em termos gerais, Mishpat é dar às pessoas o que lhes é devido, seja punição, seja proteção ou cuidado, independente de raça, posição social ou naturalidade. É por isso que, no Antigo Testamento, observaremos que Mishpat descreve como cuidar dos órfãos, das viúvas, dos estrangeiros e dos pobres (Zc 7:9-10). Hoje, esse quarteto abrangeria refugiados, trabalhadores imigrantes, os sem-tetos, os muito idosos e pais/mães que cuidam sozinhos dos filhos. Qualquer negligência em relação às necessidades de quem faz parte desses grupos não é simplesmente falta de misericórdia ou caridade, mas violação da justiça, da mishpat e é surpreendente ver a quantidade de vezes que Deus aparece como "defensor desses grupos" na Bíblia (Sl 146:7-9, Dt10:17-18, entre outros).
Além disso, a ideia bíblica de justiça vai mais longe. Entendemos isso melhor ao considerarmos um segundo termo hebraico que podemos traduzir como "ser justo", embora seja normalmente referido como "ser reto". O termo é tzadeqah e refere-se a uma vida de relacionamentos corretos, isto é, são pessoas retas com Deus e, portanto, comprometidas em fazer retos todos os outros relacionamentos da vida". Isso quer dizer que, retidão bíblica é invariavelmente "social", porque tem a ver com relacionamentos. Quando a maioria das pessoas encontra a palavra "retidão" na Bíblia, pensam nela em termos de moralidade particular, como pureza sexual ou diligência na oração e estudo bíblico. Acontece que na Bíblia tzadeqh se refere ao viver diário, no qual a pessoa trata com generosidade e igualdade todos os relacionamentos na família e sociedade.
Na vida de Jó, conseguimos perceber como ele tem consciência disso (Jó 29:12-17 e Jó 31:13-28): deixar de fazer o bem a qualquer semelhante, de qualquer classe ou posição social, seria uma grave ofensa contra Deus. Ele afirma que "era defensor dos direitos dos estrangeiros e acabava com o poder dos exploradores e livrava das suas garras as vítimas" e " era os olhos dos cegos, os pés do aleijado e o pai dos necessitados". E ainda vai além: "Ele não negou aos pobres o que desejavam". Algumas pessoas acreditam que ajudar os pobres deve ser chamado de misericórdia, compaixão, caridade mas não de justiça. Acontece que em nosso idioma a palavra "caridade" transmite a ideia de uma atividade boa, mas opcional. Contudo, essa visão não se encaixa no vigor ou equilíbrio da doutrina bíblica. Aqui, os presentes dados aos pobres são chamados de "obras de justiça" (Mt 6:1-2). Assim, não ofertar com generosidade não é mesquinharia, mas injustiça, uma violação da lei de Deus. Observamos ainda a descrição de Jó no capítulo 31 sobre todas as coisas que fez para viver de modo justo e reto. Ele afirma que toda a omissão em ajudar o pobre é pecado, uma ofensa ao Deus esplendor (v.23) e merece julgamento e punição (v.28). É impressionante notar que Jó afirma que seria pecado contra Deus achar que suas riquezas lhe pertence totalmente. Não compartilhar o pão e seus bens com o pobre seria injusto, pecado contra Deus e, por definição, transgressão à justiça de Deus. A pessoa justa tem um viver honesto, imparcial e generoso em todos os aspectos.
Além disso, a ideia bíblica de justiça vai mais longe. Entendemos isso melhor ao considerarmos um segundo termo hebraico que podemos traduzir como "ser justo", embora seja normalmente referido como "ser reto". O termo é tzadeqah e refere-se a uma vida de relacionamentos corretos, isto é, são pessoas retas com Deus e, portanto, comprometidas em fazer retos todos os outros relacionamentos da vida". Isso quer dizer que, retidão bíblica é invariavelmente "social", porque tem a ver com relacionamentos. Quando a maioria das pessoas encontra a palavra "retidão" na Bíblia, pensam nela em termos de moralidade particular, como pureza sexual ou diligência na oração e estudo bíblico. Acontece que na Bíblia tzadeqh se refere ao viver diário, no qual a pessoa trata com generosidade e igualdade todos os relacionamentos na família e sociedade.
Na vida de Jó, conseguimos perceber como ele tem consciência disso (Jó 29:12-17 e Jó 31:13-28): deixar de fazer o bem a qualquer semelhante, de qualquer classe ou posição social, seria uma grave ofensa contra Deus. Ele afirma que "era defensor dos direitos dos estrangeiros e acabava com o poder dos exploradores e livrava das suas garras as vítimas" e " era os olhos dos cegos, os pés do aleijado e o pai dos necessitados". E ainda vai além: "Ele não negou aos pobres o que desejavam". Algumas pessoas acreditam que ajudar os pobres deve ser chamado de misericórdia, compaixão, caridade mas não de justiça. Acontece que em nosso idioma a palavra "caridade" transmite a ideia de uma atividade boa, mas opcional. Contudo, essa visão não se encaixa no vigor ou equilíbrio da doutrina bíblica. Aqui, os presentes dados aos pobres são chamados de "obras de justiça" (Mt 6:1-2). Assim, não ofertar com generosidade não é mesquinharia, mas injustiça, uma violação da lei de Deus. Observamos ainda a descrição de Jó no capítulo 31 sobre todas as coisas que fez para viver de modo justo e reto. Ele afirma que toda a omissão em ajudar o pobre é pecado, uma ofensa ao Deus esplendor (v.23) e merece julgamento e punição (v.28). É impressionante notar que Jó afirma que seria pecado contra Deus achar que suas riquezas lhe pertence totalmente. Não compartilhar o pão e seus bens com o pobre seria injusto, pecado contra Deus e, por definição, transgressão à justiça de Deus. A pessoa justa tem um viver honesto, imparcial e generoso em todos os aspectos.
Porém, que façamos essas "obras de justiça" não no "modo automático", apenas para sermos considerados como pessoas retas perante à sociedade, mas sim porque a misericórdia infinita de Deus (chesedh), demonstrada em Cristo na cruz, quando éramos pobres espiritualmente, forasteiros nesse mundo e órfãos de Pai, nos trouxe a expressão desse amor em todos os nossos relacionamentos.*
(Tim Keller, Justiça Generosa [trechos do Capítulo 1]).
* o último parágrafo não consta nesse livro.
* o último parágrafo não consta nesse livro.