sexta-feira, 6 de agosto de 2010

A pobreza dos ricos

O Murray é banqueiro em Nova Iorque e conhece pessoalmente inúmeras pessoas de quem eu só ouvi falar na televisão ou nos jornais. Leu muitos dos meus livros e acha que o seu mundo precisa tanto da Palavra de Deus como o meu. Foi uma experiência de grande humildade ouvir um homem que conhece «este mundo e o outro» dizer:

- Dê-nos uma palavra de Deus, fale-nos de Jesus... não se afaste dos ricos que são tão pobres.

Jesus ama os pobres - mas a pobreza reveste-se de muitas formas. Esqueço-me desse facto com imensa facilidade, deixando os poderosos, os famosos e os bem sucedidos na vida, sem o alimento espiritual de que carecem. Mas, para oferecer esse alimento, tenho que ser eu próprio muito pobre - não curioso, não ambicioso, não pretencioso, não orgulhoso. É tão difícil deixarmo-nos deslumbrar pelo brilho mundano, seduzidos pelo seu aparente esplendor. E, contudo, o único lugar onde devo estar é o da pobreza, o ponto onde há solidão, raiva, confusão, depressão e sofrimento. Preciso de lá ir em nome de Jesus, mantendo-me junto do seu nome e oferecendo o seu amor.

Ó Senhor, ajuda-me a não me deixar dispersar pelo poder e pela riqueza;
ajuda-me a não me deixar impressionar com as estrelas e heróis deste mundo.
Abre os meus olhos aos corações sofredores do teu povo,
sejam quem forem,
e põe na minha boca a Palavra curativa e consoladora.
Amém.


Henri Nouwen, em "A Caminho de Daybreak"

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