domingo, 1 de julho de 2012

A CANCÃO


Enquanto os teus olhos ainda estão cerrados sobre os mistérios noturnos da alma
E o dia não abriu as suas pálpebras,
Nasce a canção dentro de ti como um rumor de águas,
Nasce a canção como um vento despertando as folhagens...
Não vem de súbito, vem de longe e de muito tempo.
Mas - agora - estás desperto na cidade e não sabes,
Entre tantos rumores e motores,
Como é que tens de súbito esta serenidade
De quem recebesse uma hóstia em pleno inferno.
Deve ser de versos que leste e e nem te lembras,
De telas, de estatuas que viste,
De um sorriso esquecido...
E destas sementes de beleza
E que
- as vezes -
No chão do rumoroso desertos em que pisas,
Brota o milagre da canção!


Mario Quintana

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