sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

O Fim da Historia

Ao proclamar e viver dentro da memória subversiva do evangelho de Jesus, ao revelar a natureza triúna do Deus sofredor, ao testemunhar o reino de Deus e o senhorio de Jesus e ao anunciar o perdão dos pecados, a igreja profere um enfático “não” à declaração de Fukuyama de que a História terminou com a vitória do capitalismo de livre-mercado e com as democracias liberais ocidentais. Essa quádrupla proclamação está fundamentada numa escatologia cristã que declara que foram a crucificação e a ressurreição de Jesus que assinalaram o fim da História.

A História não terminou com a queda da União Soviética; ela terminou dois mil anos atrás quando um pequeno grupo de mulheres visitou a sepultura de um revolucionário tombado, e encontraram-na vazia. Foi uma voz angelical, não uma voz do Departamento de Estado norte-americano, a anunciar o fim da História. Foi um anjo a dizer: “Por que vocês buscam entre os mortos aquele que vive? Ele não está aqui: ele ressuscitou.” A igreja é o corpo de pessoas que vive depois do genuíno fim da História.A História terminou quando Deus levantou Jesus dentre os mortos e revelou-o como o Senhor da História.

A igreja, portanto, é o corpo de pessoas que vive depois do genuíno fim da História. Concluída a História, a igreja declara e encarna a nova criação de todas as coisas. Jesus é o verdadeiro fim da História, e a proclamação e a vida da igreja são a verdadeira chave da História. É este elemento externo do cristianismo que gente como Fukuyama é incapaz de compreender. Ele afirma:
Os homens provaram-se capazes de suportar as mais extremas adversidades materiais em nome de ideias que existem somente no domínio do espírito, quer seja a divindade de vacas ou a natureza da Trindade.
Quando a igreja ocidental voltar a encarnar fisicamente essa quádrupla proclamação, o poder do liberalismo de livre-mercado e das democracias liberais serão reveladas como o fogo de palha que são, e não como uma força monolítica capaz de levar a história a seu fim. A igreja, portanto, continuará a amar, a sofrer, a perdoar, a proclamar e a confrontar os poderes em meio a Babel até o retorno de seu Senhor – que trará o verdadeiro telos/fim e a consumação de toda criação e de toda a história.


Daniel Oudshoorn

Um comentário:

  1. Concordo em partes...
    Discordo quando o autor afirma que Jesus é o ponto final da história e faz analogias anacronicas perambulando por fatos históricos de governos com suas ascensões e quedas, suas peculiaridades.
    Sistemas monetários são criados como objetivo de determinar os que exploradores e os explorados; por si mesmo possuem caráter discriminatório e prazo de validade reduzido por não se perpetuam por muitas gerações...
    É injusto a mim mesma pensar em comparar o Jesus que eu conheço a sistema monetário ridículo ao qual somos submetidos e subjulgados...
    Prefiro pensar em meus devaneios mais sutis e delicados a doce comparação e quem sabe por que não até mesmo em uma analogia anacrônica quase desafiadora e imoral pensar no reino dos Céus como uma espécie rara e perfeita de comunismo...
    Não vejo Jesus como um governante e sim como um maestro da vida...conduzindo de forma perfeita e encantora em suves melodias de verão...
    Inté...

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